A Petrobras informou, nesta sexta-feira (1º), um novo reajuste no preço do Querosene de Aviação (QAV), o terceiro aumento consecutivo mensal. Isso pode gerar um impacto considerável nas tarifas das passagens aéreas. A alta é de 20% nas refinarias, enquanto as refinarias de Duque de Caxias (RJ), Betim (MG) e Paulínia (SP) experimentaram um aumento na faixa de 21%, segundo a empresa.
O QAV, mais comumente utilizado por aviões turboélices, jatos e helicópteros turbo-eixo, é o combustível mais utilizado na aviação mundial. Considerando que os jatos das companhias aéreas utilizam exclusivamente QAV, e este compõe entre 30% a 40% dos custos totais das empresas, é provável esteja diante de um acréscimo nas tarifas aéreas.
O aumento sucessivo no preço do QAV vem desde julho e outro fator que agrega a esta alta é a valorização do dólar no último mês. Enquanto a moeda americana teve uma baixa histórica em julho, em agosto começou a subir novamente, o que também afeta diretamente o preço do querosene de aviação e da Gasolina de Aviação (AVGAS), uma vez que estes sempre são negociados na moeda americana.
Estas mudanças no preço do querosene podem impactar significativamente a indústria da aviação, já afetada pela pandemia de COVID-19. As empresas aéreas, que já enfrentam condições operacionais desafiadoras, terão que lidar com um aumento de custos que pode forçá-las a repassar parte ou todos esses custos para os clientes, por meio de tarifas aéreas elevadas.
Este cenário ressalta a volatilidade que acompanha a indústria da aviação e a vulnerabilidade das empresas aéreas a fatores que estão além de seu controle, como alterações no preço do combustível e flutuações cambiais. As companhias aéreas terão que encontrar formas de gerir esses custos para manter suas operações, num período em que os passageiros são mais sensíveis do que nunca ao preço final de suas viagens.