O ex-ministro da Justiça, agora senador Sérgio Moro (União Brasil), levantou uma onda de reações nas redes sociais após seus comentários acerca do esvaziado desfile de 7 de setembro que aconteceu em Brasília neste último domingo. Moro classificou a fraca presença do público como um reflexo do descontentamento e do desânimo da população com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Moro, o desfile de independência deste ano foi “vazio, cheio de nada, sem povo na rua”, visto como uma manifestação do baixo nível de entusiasmo que o atual governo tem gerado dentro da população brasileira. Em sua declaração, ele destacou a necessidade de retomar uma luta pacífica, mas entusiasmada pela independência.
Apesar de seus pontos de vista, a postagem de Moro não foi bem recebida por todos. Petistas e apoiadores do presidente Lula o criticaram veementemente, com os mais exaltados até mesmo pedindo a cassação do mandato do atual senador. Além disso, muitos lembraram da declaração feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, quando este xingou um apoiador de Bolsonaro que o abordou em Nova York, respondendo com um popular bordão “Perdeu, mané”.
Também foram ressaltados aspectos do histórico de Moro, particularmente sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, como meio de justificar suas críticas ao atual governo Lula. Moro, que havia sido indicado por Bolsonaro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, função a qual cumpriu até 2020, apoia o ex-presidente em sua tentativa de retorno ao poder nas eleições de 2022. O objetivo é fortalecer ainda mais Bolsonaro e impedir uma vitória de Lula.
O debate gerado por esses comentários reflete as tensões políticas atuais, mostrando que até eventos como o desfile de 7 de setembro podem tornar-se palco de disputa ideológica. Ainda que Moro tenha se posicionado de modo crítico ao atual governo, sua fala gerou reações fortes e até mesmo pedidos de cassação, ilustrando a acirrada divisão política na qual o Brasil se encontra.