Os Ministérios em Brasília tiveram um Dia da Independência silencioso este ano, com um público menor comparado ao de anos anteriores no gramado da Esplanada dos Ministérios na manhã do dia 7 de Setembro. Nas arquibancadas montadas pelo governo, um pequeno grupo de participantes assistiu ao desfile, apesar do chamado feito pelo Executivo à funcionários públicos no dia anterior.
O cenário foi um contraste acentuado com o mesmo dia no ano passado, durante o governo de Jair Bolsonaro, quando o local ficou repleto de apoiadores do governo que participaram da cerimônia nas arquibancadas e se juntaram em uma manifestação expressiva em apoio ao governo.
A notável diferença entre a participação deste ano e a do ano passado levanta várias questões sobre a recepção pública do atual governo. Além disso, coloca em foco a influência do governo na mobilização de massa, e, de forma mais ampla, sobre a saúde da democracia brasileira.
No ano passado, a presença em massa não foi apenas uma indicação de apoio popular ao governo Bolsonaro, mas também um sinal de um país que estava disposto a sair em público em meio a uma pandemia global. A diferença entre as multidões deste ano e do ano passado levanta questões sobre as mudanças no humor do público em relação ao governo e às suas políticas.
Embora a pandemia possa ser uma explicação óbvia para a pequena participação este ano, especialistas apontam para a grande quantidade de manifestações recentes contra o governo como outro possível fator para a falta de participação. Além disso, a falta de apelo público do atual governo em relação ao anterior também pode ser um fator contributivo.
Mesmo com uma menor participação, é importante notar que os eventos do Dia da Independência ainda atraem um público significativo, representando toda a divisão política do Brasil. As comemorações do Dia da Independência são uma oportunidade importante para o governo se engajar com o público e reafirmar sua base de apoio.
No entanto, a grande diferença na participação entre este ano e o último é um lembrete de que a base de apoio do governo não é permanente e pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo a satisfação do público com a administração atual.