O novo filme brasileiro “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, estreou neste domingo (18) no Festival de Cannes e concorre à Palma de Ouro, principal prêmio do evento. A produção recebeu destaque da crítica internacional, com avaliação publicada pelo site IndieWire, especializado em cinema.
O texto assinado por David Ehrlich, chefe de crítica do portal norte-americano, descreve o longa como “uma saga gentil, transportadora e imaculadamente texturizada de morte e memória”, ambientada no Brasil de 1977. Segundo a crítica, o filme se apresenta como um complemento ao longa “Ainda Estou Aqui”, lançado em 2024.
De acordo com Ehrlich, ambos os filmes compartilham temas relacionados a passados trágicos e apagados, porém, “O Agente Secreto” adota uma abordagem mais suave sobre como a memória persiste, mesmo diante de ameaças que buscam apagá-la.
A narrativa acompanha Marcelo, especialista em tecnologia que retorna ao Recife tentando deixar para trás um passado misterioso. Ao chegar à cidade, percebe que o refúgio desejado está longe de ser alcançado. A produção conta com nomes como Wagner Moura (“Tropa de Elite”), Carla Marins (“Terra Nostra”), Flávio Tolezani (“Dom”), Naruna Costa (“O Nó do Diabo”) e Alli Willow (“Cangaço Novo”).
O filme “Ainda Estou Aqui”, mencionado como complemento por Ehrlich, é dirigido por Walter Salles e foi lançado em 2024. A obra fez história ao se tornar o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Filme, vencendo também na categoria de Melhor Filme Internacional. O longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e acompanha a trajetória da família Paiva durante o regime militar, focando no desaparecimento de Rubens Paiva, levado por militares à paisana.
A produção de Kleber Mendonça Filho reforça a presença do cinema brasileiro em Cannes e amplia os olhares internacionais sobre narrativas ligadas à memória histórica do país.