O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou que acionará o Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar o repasse de R$ 5,6 milhões do governo federal a organizações não governamentais (ONGs) contratadas pelo programa Cozinha Solidária. Segundo o parlamentar, há indícios de que as entidades, algumas com ligações ao Partido dos Trabalhadores (PT), não entregaram as refeições previstas nos contratos, apesar de terem recebido os pagamentos e apresentado prestações de contas.
O programa Cozinha Solidária, lançado em novembro de 2024 pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como objetivo fornecer refeições a populações em situação de vulnerabilidade social. No entanto, reportagens apontam que algumas ONGs contratadas não realizaram a entrega das marmitas conforme estipulado. Em São Paulo, por exemplo, a ONG Mover Helipa, dirigida por José Renato Varjão — ex-assessor de parlamentares do PT —, teria subcontratado outras entidades também ligadas a membros do partido. Investigações indicam que parte das cozinhas conveniadas não estavam operando ou produziam menos refeições do que o acordado.
Em resposta às denúncias, o Ministério do Desenvolvimento Social suspendeu os pagamentos à Mover Helipa e iniciou uma auditoria nos contratos do programa Cozinha Solidária. O TCU também recomendou a suspensão dos repasses à ONG e está conduzindo uma análise sobre possíveis irregularidades nos gastos públicos.
Nikolas Ferreira afirmou que protocolará um requerimento de informações ao Palácio do Planalto para obter esclarecimentos sobre os critérios de seleção das ONGs e os mecanismos de fiscalização dos contratos. O deputado enfatizou a importância da transparência na aplicação de recursos públicos e a necessidade de responsabilizar eventuais envolvidos em irregularidades.
As investigações estão em andamento, e as autoridades competentes ainda não divulgaram conclusões definitivas sobre o caso.