Em meio à intensificação da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quinta-feira (22) os líderes da França, Reino Unido e Canadá de “encorajar” o grupo palestino Hamas. A declaração ocorreu após os três países emitirem um comunicado conjunto exigindo a suspensão imediata das operações militares israelenses e ameaçando “medidas concretas” caso Israel não permita a entrada adequada de ajuda humanitária no território palestino.
“Vocês estão do lado errado da humanidade e do lado errado da história”, afirmou Netanyahu, dirigindo-se ao presidente francês Emmanuel Macron, ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer e ao primeiro-ministro canadense Mark Carney. O líder israelense argumentou que as pressões internacionais para um cessar-fogo e o reconhecimento de um Estado palestino equivalem a “recompensar” o Hamas, que ele classificou como uma organização terrorista responsável por ataques contra civis israelenses.
As críticas de Netanyahu foram intensificadas após o assassinato de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, ocorrido nesta semana. O premiê associou o ataque ao que chamou de “incitamento antissemita global” e afirmou que o Hamas saudou as declarações dos líderes ocidentais como um incentivo para continuar sua luta contra Israel.
Em resposta, os governos da França, Reino Unido e Canadá reiteraram sua condenação ao Hamas e enfatizaram seu compromisso com a segurança de Israel, desde que as ações militares sejam conduzidas dentro dos limites do direito internacional humanitário. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, declarou que seu país está “inabalavelmente comprometido com a segurança de Israel” e que o Hamas é considerado uma organização terrorista.
A ofensiva israelense em Gaza, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultou em uma grave crise humanitária, com milhares de mortos e deslocados, além de escassez de alimentos e medicamentos. A ONU e diversas organizações humanitárias alertam para o risco iminente de fome generalizada na região.
Enquanto isso, a comunidade internacional permanece dividida sobre as medidas a serem adotadas para conter a escalada do conflito e proteger os civis palestinos, ao mesmo tempo em que garante a segurança de Israel. A tensão diplomática entre Israel e seus aliados ocidentais sinaliza um momento crítico nas relações internacionais em torno do conflito no Oriente Médio.