Política

Mudanças em lei de combate ao crime organizado geram reação da Polícia Federal

Mudanças em lei de combate ao crime organizado geram reação da Polícia Federal

Um projeto de lei que visa estabelecer um novo marco legal para o combate ao crime organizado no Brasil tornou-se foco de um intenso debate entre o Legislativo e órgãos de segurança. Alterações propostas pelo relator do projeto, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), geraram forte reação da Polícia Federal (PF), que alega que as mudanças podem comprometer a autonomia e a eficácia das investigações contra grandes facções criminosas.

O texto original, enviado pelo Poder Executivo, foi modificado no relatório de Derrite, que atualmente ocupa o cargo de Secretário de Segurança Pública de São Paulo. A principal crítica da PF, conforme divulgado em nota e repercutido pelo portal Terra Brasil Notícias, é a proposta que condiciona a atuação da corporação à autorização prévia dos governos estaduais.

Críticas da Polícia Federal

Segundo a PF, a exigência de um aval estadual para operações federais representa uma quebra de autonomia e pode criar entraves burocráticos que atrasariam ações urgentes e sigilosas. A corporação argumenta que essa medida dificultaria a resposta rápida contra organizações criminosas que atuam em múltiplos estados, afetando diretamente o combate a crimes como tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro.

Em comunicado oficial, a instituição alertou que, caso o texto seja aprovado com as alterações, “o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime, especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance, poderá sofrer restrições significativas”. A PF citou que operações complexas e bem-sucedidas poderiam se tornar inviáveis sob a nova regra.

O debate político e a defesa do projeto

As mudanças propostas no Projeto de Lei 2235/2022 também geraram forte oposição no Congresso. O material original menciona que o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, classificou o relatório como “o maior ataque da história à Polícia Federal”, argumentando que a Constituição já garante à PF a competência para agir em todo o território nacional sem a necessidade de autorização local.

Por sua vez, o deputado Guilherme Derrite defendeu as alterações em suas redes sociais. Ele afirmou que o objetivo do seu relatório é “endurecer a lei, e não suavizá-la”, a fim de oferecer uma resposta mais efetiva contra as organizações criminosas que afetam a população. O debate segue em andamento na Câmara dos Deputados, onde o projeto ainda será analisado e votado.