O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) acusou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de fornecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) “informações falsas” relacionadas à cooperação da Operação Lava Jato com a Suíça no caso Odebrecht. A acusação foi feita por Moro em suas redes sociais, referindo-se à decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que anulou todas as provas obtidas a partir de delações da Odebrecht e considerou a prisão do presidente Lula “um dos maiores erros judiciários da história do país”.
Toffoli tomou sua decisão com base em informações fornecidas pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que afirmou não ter encontrado pedido de cooperação jurídica internacional no processo da 13ª Vara Federal de Curitiba, em que foi homologado o acordo de leniência da Odebrecht. No entanto, um novo documento apresentado pelo ministério ontem informa que houve cooperação com a Suíça, conforme reportagem da revista Veja.
Em resposta, o ministro Flávio Dino afirmou que Moro “deve explicações” sobre atos judiciais de 2016 e 2017. Dino destacou que o ex-juiz federal foi declarado “suspeito” pelo STF em 2021 por parcialidade no julgamento do caso tríplex do Guarujá (SP).
As informações contraditórias e a discussão nas redes sociais colocam mais uma vez em destaque as atuações e decisões judiciais envolvendo a Operação Lava Jato e suas implicações políticas e jurídicas.