Um mapa digital criado por um morador do Rio de Janeiro tem se tornado uma ferramenta importante para quem precisa circular pela cidade. Desenvolvido de forma colaborativa, o projeto identifica áreas controladas por diferentes facções criminosas, oferecendo informações georreferenciadas sobre a atuação do Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e milícias. O criador, que permanece anônimo por motivos de segurança, relata que a ideia surgiu após o desaparecimento de um amigo em uma região dominada pelo tráfico.
A plataforma funciona como uma extensão do Google Maps, com zonas marcadas por cores e siglas que indicam o grupo dominante em cada local: “CV” para Comando Vermelho, “TCP” para Terceiro Comando Puro e “M” para milícias. O acesso ao mapa é feito por meio de um link, mediante pagamento único de R$ 10. Segundo o autor, essa cobrança visa evitar o uso indevido por jornalistas e influenciadores que reproduziam o conteúdo sem atribuição.
As informações inseridas no mapa são atualizadas quase diariamente e passam por um processo de verificação comunitária. O criador cruza relatos de moradores, grupos no Telegram — que somam quase 4 mil participantes — e dados de sites jornalísticos especializados em segurança pública. Ele afirma conhecer pessoalmente várias comunidades e reforça que os dados são checados por mais de uma fonte antes de serem incorporados à plataforma.
O projeto ganhou notoriedade após ser divulgado no canal do Telegram do autor, que tem mais de 100 mil seguidores. Motoristas relatam que usam o mapa para evitar pontos com barricadas e áreas de risco, destacando sua utilidade prática no cotidiano. Apesar da repercussão, o criador mantém o foco exclusivamente no Rio de Janeiro, onde afirma ter condições de manter as informações atualizadas com maior precisão.