O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou na última quarta-feira (30) que houve uma falha contratual que resultou na inexistência de imagens internas do Ministério durante o ataque às sedes dos Três Poderes, ocorrido em 8 de janeiro. Dino sustenta que ele, não sendo o gestor do contrato, não tinha conhecimento da situação até a Polícia Federal recolher o material disponível. O inquérito, segundo o ministro, está sob sigilo e as imagens que foram obtidas pela Polícia Federal são desconhecidas para ele.
Na terça-feira (29), investigadores anunciaram que as imagens solicitadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), encarregada de investigar os ataques de janeiro, não mais existem. Em resposta, Dino assegurou que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, está em busca de outras fontes para obter mais gravações. Embora ele admita a irrelevância das imagens para o inquérito, o ministro enfatiza que não há nada a esconder e que se outras imagens forem encontradas, elas serão prontamente enviadas.
Segundo a CNN, as imagens do circuito interno do Ministério da Justiça no dia do ataque foram apagadas, uma vez que o sistema armazena as gravações apenas por 15 dias. Apesar da solicitação da CPMI ter ocorrido sete meses após o incidente, a única prova disponível é o material das duas câmeras externas do Palácio da Justiça entregues à CPMI pela Polícia Federal. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), chegou a ameaçar levantar uma queixa-crime contra Dino caso as imagens não fossem fornecidas, a qual Dino respondeu indicando que a solicitação deveria ser feita diretamente à Polícia Federal.