O Dia do Patriota, instituído pela Câmara Municipal de Porto Alegre a ocorrer em 8 de janeiro, tem causado divisões políticas e incerteza legal. Sob acusações de ser uma “tentativa de criar uma ditadura” no país, ainda há pedidos para que o Supremo Tribunal Federal intervenha. O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, expressou tal esperança via Twitter, classificando a celebração como “o dia do golpista”. Este sentimento foi ecoado pela relatora da CPMI do 8/1, a senadora Eliziane Gama, que criticou a criação da data, alegando ser perturbadora e um atentado contra as instituições.
Apesar da controvérsia em torno do Dia do Patriota, o autor do projeto de lei, o vereador Alexandre Bobadra, permaneceu silencioso em relação aos ataques à capital federal e não explicou por que escolheu 8 de janeiro para a comemoração. Em vez disso, na justificativa de seu projeto de duas páginas, ele apresentou várias definições de patriotismo, incluindo citações do jurista Miguel Reale Jr., do filósofo Luiz Felipe Pondé e do escritor Olavo de Carvalho, um dos principais sábios da onda de bolsonarismo.
O Dia do Patriota não é o único título comemorativo associado a 8 de janeiro em Porto Alegre. Um projeto de lei aprovado em junho também criou o Dia em Defesa da Democracia na mesma data. Esta iniciativa veio do vereador do PT, Aldacir Oliboni, que condenou um golpe militar em 8 de janeiro. Enquanto a confusão vigora em torno da data, o presidente da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Hamilton Sossmeier, confirmou que a criação do Dia do Patriota tem causado desconforto na Casa, atribuindo a situação a uma “desatenção” ao simbolismo da data.