Apesar da prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, militares que conhecem de perto a situação acreditam que ele não fará nenhuma delação premiada. Mesmo com Cid preso há quatro meses e sua família sob investigação da Polícia Federal, a convicção permanece forte entre os colegas militares. Eles mantêm a aposta em sua resistência, acreditando na sua “força mental” forjada pelas severas condições do treinamento militar.
Cid é parte das chamadas “forças especiais”, um grupo de elite do Exército cujo treinamento extenuante, segundo seus colegas militares, o prepara para resistir à pressão. Com base nesta convicção, eles acreditam que Cid não fará um acordo com os investigadores. Mesmo que Cid possa ter “extrapolado” no seu papel de ajudante de ordens, ele em si não considera que tenha cometido quaisquer crimes, o que dificultaria uma delação premiada formal.
Os colegas de Cid, preferindo o anonimato, apoiam abertamente o tenente-coronel. Circula entre os grupos militares um texto de apoio a Cid, chamando-o de um “homem endurecido pela adversidade” que “não deve negociar com canalhas em desespero, pois o tempo é seu aliado”, conforme informação obtida pela CNN. Este sentimento sublinha a força de camaradagem no Exército e a crença de que Cid permanecerá inalcançável à pressão das investigações.