Milhares de manifestantes se reuniram neste domingo, 26, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em protesto contra abusos de poder e ilegalidades que o Supremo Tribunal Federal (STF) teria cometido. A defesa do Estado Democrático de Direito está no centro da pauta.
Eles se concentram desde o início desta tarde em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os manifestantes ocupam todas as faixas nos dois sentidos da Paulista, entre as alturas da Rua Itapeva e da Rua Peixoto Gomide, trecho este totalmente bloqueado para veículos.
Os organizadores colocaram um trio elétrico em frente ao Masp, voltado para o sentido Centro da avenida. Sobre o carro, discursos inflamados de parlamentares, ativistas e outros representantes da sociedade civil embalam os cidadãos que se avolumam para protestar.
A manifestação propriamente dita começou por volta das 14 horas. Antes da execução do hino nacional, realizou-se um minuto de silêncio em memória de Cleriston Cunha, conhecido como Clezão do Ramalho.
Clezão morreu na última segunda-feira, 20, depois de mal súbito durante banho de sol no pátio do Complexo da Papuda. Ele era um dos presos que participaram da invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023.
A reportagem de Oeste está cobrindo também a manifestação deste domingo, que já conta com dezenas de milhares de manifestantes. Bandeiras do Brasil e algumas de Israel se destacam, além das cores verde e amarela, que têm sido a escolha das multidões desde o final de 2014.
À época, iniciavam-se os protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Hoje, o pedido de impeachment se dirige a magistrados do STF, em especial o ministro Alexandre de Moraes. Gritos de “Fora, Xandão!” são frequentemente entoados pelos manifestantes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoiou, em vídeo, a manifestação de hoje, também foi lembrado. Seu rosto figurava em bandeiras e camisetas.
A estampa “Meu partido é o Brasil”, similar à que ele usava quando sofreu a tentativa de homício em 6 de setembro de 2018, também era vestida por alguns manifestantes. Gritos de “Volta, Bolsonaro!” também são puxados pela multidão em diferentes momentos.
Os manifestantes pedem que o STF seja responsabilizado por suas ações, que eles consideram ilegais e antidemocráticas. Eles também pedem justiça para Cleriston Cunha, que morreu em circunstâncias suspeitas.
A manifestação está prevista para terminar às 18 horas.