Fragmentos do primeiro objeto interestelar a chegar na Terra confirmado pela NASA em 2014, foram reanalisados e determinado pela equipe do astrofísico Abraham Loeb, da Universidade de Harvard, que são, de fato, de origem externa ao nosso sistema solar. As descobertas foram apresentadas na terça-feira passada no site de pré-publicações arXiv.org. Destacamos que, apesar do avanço significativo, a análise requer ainda validação de revisões independentes.
Conhecido como IM1, o meteorito tinha aproximadamente um metro de diâmetro e caiu perto de Papua-Nova Guiné no Oceano Pacífico. Abraham Loeb notou que o meteorito apresentava características únicas, incluindo uma composição química nunca antes documentada na literatura científica.
Para investigar a procedência, a equipe de Loeb realizou uma expedição ao local da queda, dois quilômetros abaixo da superfície do oceano. Utilizando um conjunto de ímãs, os pesquisadores coletaram ao redor de 700 esférulas de material com diâmetros de 0,05 a 1,3 milímetro, resultado do impacto do meteorito.
A análise preliminar dessas esférulas revelou que elas contêm quantidades de berílio (Be), lantânio (La), e urânio (U) em níveis consideravelmente mais elevados do que os encontrados em nosso sistema solar.
“Este padrão de abundância BeLaU poderia ser justificável se IM1 tivesse se originado na crosta diferenciada de um exoplaneta com um núcleo de ferro e um oceano de magma”, explicou Stein Jacobsen, colega de Loeb na Universidade de Harvard.
Embora as novas descobertas sejam impressionantes, colocando esse entrar no nosso sistema solar em uma velocidade de 60 km/s, a maior surpresa foi a confirmação de que manteve sua integridade enquanto colidia com a Terra a uma velocidade de 45 km/s, sugerindo a presença de materiais extremamente resistentes.
Embora sem evidências concretas, Loeb sugere que a origem do IM1 poderia ser artificial. “A descoberta de objetos interestelares de tais proporções sugere a presença de milhões deles na órbita terrestre em torno do Sol”, disse ele, levantando a possibilidade de que alguns poderiam ser detritos espaciais de outras civilizações.
As descobertas da equipe de Loeb fornecem novas evidências de que objetos interestelares podem chegar à Terra e abre novas possibilidades na busca por vida extraterrestre.