Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, minimizou neste sábado (14) a dívida da Venezuela com o Brasil, que soma US$ 1,2 bilhão.
“O relevante é olhar para frente, de como é que nós vamos construir o crescimento das exportações e o desenvolvimento do Brasil. Vocês ficam com esse ‘nhenhenhem’, que é uma coisa absolutamente irrelevante para o BNDES”, afirmou a jornalistas, depois de participar de evento do Esfera Brasil, em Paris.
Mercadante disse ainda que “eventuais inadimplências” não quebram o Brasil. “O país atrasa pagamento, sempre recupera, em algum momento volta a pagar. E o BNDES é um banco público, é um banco paciente, que vai continuar cobrando e esperar que tudo seja pago”, acrescentou.
Em maio deste ano, Lula e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fecharam um acordo para que a dívida de US$ 1,27 bilhão — cerca R$ 6,3 bilhões — seja recalculada e tenha os pagamentos reprogramados.
O país vizinho contraiu empréstimos durante os governos petistas, tanto nos dois primeiros mandatos de Lula quanto nos anos de Dilma Rousseff. Os investimentos na Venezuela foram executados por empresas brasileiras como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa.
O calote da Venezuela no BNDES é um assunto controverso, e especialistas divergem sobre seus impactos.
Alguns especialistas acreditam que o calote é um problema sério para o Brasil, pois pode levar a perdas financeiras para o BNDES e dificultar o acesso do país a financiamentos internacionais.
Outros especialistas, no entanto, acreditam que o calote é um risco administrável, pois o BNDES tem um histórico de recuperação de créditos inadimplentes.
Opiniões de especialistas sobre o calote da Venezuela:
- “O calote da Venezuela é um problema sério para o Brasil, pois pode levar a perdas financeiras para o BNDES e dificultar o acesso do país a financiamentos internacionais. O BNDES já está com um alto índice de inadimplência, e o calote da Venezuela pode piorar ainda mais essa situação. Além disso, o calote pode prejudicar a imagem do Brasil como um país confiável para negócios, o que pode dificultar o acesso do país a financiamentos internacionais.” – José Roberto Afonso, economista e professor da Fundação Getulio Vargas
- “O calote da Venezuela é um risco administrável, pois o BNDES tem um histórico de recuperação de créditos inadimplentes. O BNDES já recuperou mais de 90% dos créditos inadimplentes nos últimos anos. Além disso, o BNDES está trabalhando para renegociar a dívida da Venezuela, e é possível que o país consiga pagar uma parte do que deve.” – Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs
Ainda é cedo para dizer quais serão os impactos do calote da Venezuela no BNDES e no Brasil. No entanto, o assunto é importante e merece atenção.