O Ministério do Meio Ambiente se vê no meio de um tornado político após a revisão de laços entre altos funcionários e uma ONG de pesquisa ambiental. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que atua como conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), veio sob escrutínio por senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs). A ligação de Silva, juntamente com a de Ana Toni, secretária nacional do clima – que também ocupa um cargo no Ipam – gerou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse e descumprimento da lei de dedicação exclusiva de funcionários públicos.
A situação se agrava com a revelação de que o Ipam já recebeu significantes recursos do Fundo Amazônia, cujo Comitê Orientador conta com a ministra como membro. Segundo o senador Márcio Bittar, relator da CPI das ONGs, o Ipam já recebeu cerca de R$ 23 milhões para o Projeto Assentamentos Sustentáveis por meio do Fundo Amazônia, levantando suspeitas sobre se Marina Silva poderia estar direcionando recursos públicos para a ONG da qual faz parte. Alegações consistentemente rotuladas como “promíscuas” pelo presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério.
A Gazeta do Povo solicitou um posicionamento do Ministério do Meio Ambiente sobre as acusações e o aparente conflito de interesse dos cargos de seus membros, mas até o momento não recebeu resposta. Este espaço permanece aberto para uma resposta e esclarecimentos do Ministério do Meio Ambiente e dos envolvidos.