Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens e coronel do Exército, suspeito de ser figura central no caso das joias sauditas, manteve-se em silêncio durante o seu depoimento na Polícia Federal, na última quinta-feira (31). As joias, que presumivelmente foram recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, estão no centro de uma investigação de extravio e venda, tendo Câmara como peça-chave. Entretanto, o mesmo optou por não responder às perguntas, alegando que a investigação deveria estar sendo conduzida em outra instância e não no Supremo Tribunal Federal (STF).
A posição de Câmara é justificada pela manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considera que o processo do caso das joias deveria estar ocorrendo na primeira instância da Justiça Federal. Seu advogado, Eduardo Kuntz, alegou que Câmara optou por se pronunciar apenas na esfera competente para investigar os fatos, assegurou que o seu cliente “está absolutamente à disposição”. Assim, as perguntas preparadas pela Polícia Federal para Câmara não puderam ser feitas.
Além de Câmara, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também apresentaram uma petição para permanecerem em silêncio durante os depoimentos neste caso. A defesa alegou que a Procuradoria Geral da República não reconheceu a competência do Supremo Tribunal Federal neste caso. O documento ainda destacou que Bolsonaro já havia deposto sobre o caso em outro inquérito e que, a partir de então, optaram por não prestar depoimentos ou fornecer declarações adicionais até que estejam perante um juiz competente.