Desafios e resistência marcam o trabalho de conselheiros tutelares em Brasília, conforme destacado em um relatório divulgado pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus). Durante um incidente ocorrido no dia 9 de janeiro, manifestantes dificultaram o trabalho de conselheiros tutelares escondendo crianças e adolescentes no ginásio da Polícia Federal, após a detenção de alguns de seus parentes por conexão com um ataque contra a democracia. Apesar da ordem de liberação de menores dada pelo ministro Alexandre de Moraes e o auxílio da Coordenação de Apoio aos Conselhos Tutelares (COORACT), o processo foi delicado, uma vez que muitos manifestantes temiam a separação de seus filhos.
Diversas buscas ativas foram realizadas com o apoio de agentes, e finalmente, através de uma estratégia de sensibilização, foi possível separar as famílias com menores para promover o atendimento prioritário. Entre 10 e 15 crianças e adolescentes foram encontrados e atendidos. A ação culminou em um procedimento de identificação, assinatura de termos circunstanciados ou notas de culpa e a liberação das famílias, que foram conduzidas à Rodoviária Interestadual de Brasília para retornar às suas cidades de origem.
Durante a inspeção realizada após a ação, foi descoberto o caso de duas menores que se encontravam sem assistência de adultos no local. Uma das adolescentes revelou que sua mãe desconhecia sua presença no local das manifestações, e outra menor de Pouso Alegre (MG), estava sob cuidados de seu tio que havia sido detido para averiguação. Diante destes casos, os conselheiros tomaram providências para o encaminhamento adequado destes menores. A despeito de relatos divulgados por redes sociais de desrespeitos aos direitos humanos ou mortes no local, o relatório da Sejus ressalta que “não foram constatadas violações de direitos dos menores”.