Neto Girão (PP), vereador da Câmara Municipal de Maranguape, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi agredido durante uma sessão plenária na noite de quinta-feira (31). As alegações são de que os manifestantes seriam parte do grupo de bolsistas recentemente desligados após o parlamentar denunciar supostas irregularidades nas contratações de servidores pela Prefeitura Municipal.
Os momentos tumultuosos foram registrados em vídeos por alguns dos presentes na reunião. Em uma sequência violenta, um homem é avistado desferindo um tapa contra o político e depois atirando em sua direção um copo com um líquido escuro. Logo em seguida, uma mulher também agride o vereador e, em um ato de furor, tenta acertá-lo com a bolsa. Rapidamente, esses indivíduos são removidos ao mesmo tempo em que outros dois indivíduos atuam para proteger o político.
Neto Girão ganhou as manchetes locais recentemente por denunciar supostas irregularidades nas contratações de servidores pela prefeitura, acusação que embasou uma ação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O MPCE recomendou ao município, em julho deste ano, a suspensão do contrato com o Instituto Nacional de Gestão, Educação, Tecnologia (INGETI) após a descoberta de que a lista de bolsistas do ‘Programa Qualifica’ seria a mesma de servidores temporários da Preifeitura.
Um porta-voz anônimo detalhou ao Diário do Nordeste que a medida provocou o desligamento de 907 bolsistas entre os dias 30 e 31 de agosto, causando revolta entre os antigos funcionários. A agressão a Girão teria sido um protesto contra o vereador, responsável pelas denúncias que desencadearam as demissões.
Reagindo às agressões, Neto Girão usou as redes sociais para agradecer ao apoio dos amigos e repudiar a violência da manifestação, sugerindo ainda possível envolvimento da Prefeitura de Maranguape.
Em resposta, a Prefeitura de Maranguape, por meio de sua Assessoria de Imprensa, declarou que considera legítima toda manifestação pacífica e democrática e lamentou o incidente. Referindo-se ao caso específico do “Programa Qualifica”, a Prefeitura esclareceu que o projeto foi criado em conformidade com a lei, aprovado na Câmara Municipal e atende a todos os requisitos exigidos.
A investigação para averiguar as irregularidades denunciadas por Neto Girão continua. O MPCE havia recomendado ao Município a não contratação de servidores fora das regras constitucionais e a realização de um estudo para avaliar a necessidade de cargos, indicando os existentes e os que ainda precisam ser criados. O objetivo é preencher as vagas por meio de concursos públicos para cargos efetivos.