Prestes a completar o primeiro ano de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está deixando sua marca nas contas públicas. O déficit fiscal previsto para 2023, de 1,9% do PIB, é o maior desde 2020, quando o País estava em meio à pandemia de covid-19.
A previsão é que o déficit fiscal em 2024 seja ainda maior, chegando a 1% do PIB. Isso significa que o governo gastará mais do que arrecadará, aumentando a dívida pública.
A política econômica de Lula é marcada pelo “gasto é vida”. O presidente defende que o governo deve gastar para estimular a economia e gerar emprego.
Essa política é criticada por economistas, que afirmam que ela pode levar à inflação e à desvalorização da moeda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta conter o aumento dos gastos, mas tem enfrentado resistência do presidente.
Lula e o PT defendem que o governo não deve cortar investimentos em infraestrutura e despesas nas áreas de educação e saúde, mesmo que isso signifique aumentar o déficit fiscal.
A aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 será um teste para a política econômica de Lula. O texto da LOA, que está sendo discutido no Congresso, prevê um limite de contingenciamento de despesas de R$ 22,3 bilhões.
Se esse limite for mantido, o governo terá de fazer um bloqueio de pelo menos R$ 56 bilhões para ficar dentro do limite de gastos previsto no arcabouço fiscal.
Alguns parlamentares estão dizendo que o texto final da LOA pode liberar o governo de fazer qualquer contingenciamento de despesas. Isso significaria que o Legislativo estaria concedendo a Lula um cheque especial ilimitado, para ele gastar como quiser.