O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por não visitar a região sul do país recentemente atingida por um ciclone extratropical, que resultou na perda de pelo menos 28 vidas em Rio Grande do Sul e Santa Catarina, deixando milhares desabrigados ou desalojados. O governo do Rio Grande do Sul classificou o episódio trágico como o pior ocorrido no estado nos últimos quarenta anos.
Em vez de visitar a área atingida pessoalmente, o Presidente enviou os ministros Waldez Góes e Paulo Pimenta, a frente das pastas de Desenvolvimento Regional e Secretaria de Comunicação Social, respectivamente. Eles foram acompanhados por Wolnei Aparecido Wolff, Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Na agenda oficial de Lula, se destacam reuniões em Brasília com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros como Flávio Dino e José Múcio, encarregados da Justiça e Segurança Pública e Defesa, respectivamente. Uma visita à sede da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) também constava na programação presidencial.
A ausência do Presidente na região afetada ocorre meses após fortes críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi visto praticando jet-ski na Praia do Forte, em São Francisco do Sul (SC), em meio a uma crise grave causada por enchentes na Bahia, em dezembro de 2021.
Embora Lula não esteja de férias como Bolsonaro na época, alguns questionam sua decisão de não estar presente para avaliar a devastação causada pelo ciclone. O presidente já havia mostrado solidariedade no passado, quando sobrevoou áreas afetadas por fortes chuvas no litoral paulista em fevereiro, junto com o governador Tarcísio de Freitas.
Embora não haja obrigação legal para presidentes visitarem áreas afetadas por catástrofes naturais, optar por não fazê-lo pode gerar custos políticos. Este é um ponto que o atual presidente pode ter que enfrentar considerando a gravidade do impacto do recente ciclone.