Em seu último dia na Índia, onde participou da cúpula do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. A reunião, que havia sido adiada por duas vezes, teve como foco a cooperação econômica e a integração do país árabe no Brics.
Lula recebeu a notícia de que uma missão de empresários e autoridades sauditas virá ao Brasil em breve para avaliar as oportunidades de investimento no novo PAC, o programa de aceleração do crescimento lançado pelo governo petista. O presidente disse que o Brasil está aberto a receber capital estrangeiro em projetos de infraestrutura, energia, agricultura e indústria.
O líder brasileiro também saudou a entrada da Arábia Saudita no Brics, o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A nação árabe foi uma das seis que se juntaram ao grupo neste ano, junto com Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Lula afirmou que o Brics é um espaço de diálogo e cooperação entre países emergentes e que a presença saudita fortalece a diversidade e a representatividade do bloco.
Mohammed bin Salman manifestou interesse em ampliar os investimentos sauditas no Brasil, especialmente nos setores de petróleo e gás e nas energias renováveis. Ele disse que o Brasil é um parceiro estratégico para a Arábia Saudita e que os dois países podem colaborar na transição para uma economia mais verde e inovadora.
Lula e o príncipe também conversaram sobre o comércio bilateral, que vem registrando um aumento nos últimos anos. Em 2022, as trocas comerciais entre Brasil e Arábia Saudita somaram US$ 8,2 bilhões. O presidente brasileiro destacou o potencial de crescimento das exportações de produtos agrícolas, minerais e manufaturados para o mercado saudita.
O encontro entre Lula e Mohammed bin Salman era esperado com expectativa pela imprensa internacional, pois foi o primeiro contato direto entre os dois líderes desde que o petista assumiu a presidência em janeiro de 2023. Antes disso, uma reunião havia sido marcada para junho de 2023 em Paris, mas foi cancelada após uma onda de críticas nas redes sociais ao presidente brasileiro por se aproximar do príncipe saudita, acusado de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.