Em um discurso realizado em Angola, na África, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), se autodeclarou uma “pessoa pobre”, contrastando com a declaração de patrimônio de R$ 7,4 milhões que submeteu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O petista ressaltou que não se identifica como um indivíduo frustrado por ter origens simples e defendeu arduamente que a pobreza hereditária é uma consequência inaceitável das desigualdades socioeconômicas.
Durante seu pronunciamento, Lula enfatizou que é inaceitável que uma pessoa nasça pobre e permaneça nesta condição até a morte, passando a mesma situação para seus filhos e netos. Essa referência ressalta uma perspectiva crítica em relação ao ciclo de pobreza visto em diferentes regiões do mundo. “Eu te confesso que não consigo me conformar que é normal um cidadão nascer pobre e morrer pobre, seu filho nascer pobre e morrer pobre, e seu neto nascer pobre e morrer pobre. Não é possível. Não é normal. E não pense que eu sou frustrado porque eu sou pobre, não”, afirmou.
No decorrer da declamação, o presidente citou a Operação Lava Jato, que investigou corrupção em altos escalões do governo e empresas estatais brasileiras, como uma prova de sua frugalidade. Ele afirmou que a operação, que o envolveu diretamente, acabou atestando sua “pobreza” ao não encontrar propriedades ou ativos financeiros substanciais ligados a ele. As afirmações de Lula ganham notoriedade no contexto em que a declaração de seu patrimônio, aberta ao público através do TSE, apresenta um valor considerável.