Durante um evento realizado nesta quarta-feira, 14 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou insatisfação com o vazamento de uma conversa confidencial ocorrida durante um jantar com o presidente da China, Xi Jinping. O episódio envolveu a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, e teve como tema central o funcionamento do TikTok no Brasil.
Lula expressou surpresa ao saber que a imprensa teve acesso ao conteúdo da reunião, questionando como informações de um encontro restrito a ministros e parlamentares foram divulgadas. Ele enfatizou que a iniciativa de abordar Xi Jinping sobre o envio de um representante chinês para discutir questões digitais, especialmente relacionadas ao TikTok, partiu dele.
Segundo o presidente, Janja solicitou a palavra durante a reunião para explicar preocupações sobre o impacto das redes sociais no Brasil, destacando efeitos sobre mulheres e crianças. Lula defendeu a participação da primeira-dama, afirmando que ela possui conhecimento sobre o tema e não se considera uma cidadã de segunda classe.
Em resposta ao pedido, Xi Jinping afirmou que o Brasil tem autonomia para regulamentar ou até proibir o uso do TikTok, caso considere necessário.
O vazamento da conversa gerou desconforto, e Lula criticou a divulgação de informações de um jantar que classificou como “muito confidencial e pessoal”. Ele ressaltou que, se algum ministro estivesse incomodado com a situação, poderia ter se retirado da sala.
A discussão ocorre em meio a debates sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil, tema que voltou à tona com iniciativas do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Advocacia-Geral da União (AGU), enquanto o Congresso Nacional ainda não avançou em propostas legislativas sobre o assunto.
