Lula condena embargo dos EUA a Cuba e defende posição brasileira por fim às medidas unilaterais

Em discurso realizado em Havana neste sábado (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o embargo econômico dos Estados Unidos sobre Cuba como “ilegal” e reiterou que o Brasil continuará se posicionando contra medidas coercitivas de caráter unilateral. Lula discursou durante o evento G77+China, uma coalizão de países em desenvolvimento que serve como importante plataforma para pressionar por reformas no sistema internacional.

O ex-presidente brasileiro deve se encontrar com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, neste sábado para discutir, entre outros assuntos, o interesse brasileiro em voltar a financiar exportações para Cuba. Todavia, é necessário que Havana pague a dívida de 520 milhões de dólares que ainda está pendente para que isso ocorra.

O embargo dos EUA sobre Cuba teve início em 1962, durante a presidência de John F. Kennedy, e foi ampliado e relaxado em várias ocasiões nas últimas décadas. A crise econômica em Cuba, agravada pela redução da produção nacional e pela escassez de moedas estrangeiras, tem afetado o poder de compra da população e levado a uma crescente escassez de alimentos, remédios e outros bens básicos.

O governo cubano culpa as sanções econômicas dos EUA pelo impedimento do crescimento do país e argumenta que a pandemia de Covid-19 impossibilitou progressos significativos em solo cubano. No entanto, críticos apontam que a falta de uma reforma voltada para o mercado, nos moldes chineses, é o principal entrave para a recuperação econômica da nação insular.

O Produto Interno Bruto (PIB) cubano registrou crescimento de 1,8% no primeiro semestre de 2021, abaixo dos níveis pré-pandemia, que chegavam a 8%. A inflação, que ronda os 45%, continua sendo o maior desafio para a economia cubana.

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