O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Pequim neste sábado, 10, com uma agenda centrada na ampliação de acordos comerciais, na transição energética e no fortalecimento das relações diplomáticas com a China. A visita acontece em meio a tensões comerciais entre Estados Unidos e o país asiático, e inclui uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, prevista para a próxima terça-feira, 13.
Durante os quatro dias na capital chinesa, Lula estará acompanhado por ministros e autoridades brasileiras, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O encontro com Xi Jinping será o segundo em menos de um ano — o primeiro ocorreu em novembro, durante a cúpula do G20 no Brasil.
O contexto da viagem é marcado por disputas comerciais entre China e Estados Unidos, agravadas por tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Em abril, Trump aplicou tributos sobre produtos de diversos países, mas manteve as tarifas para a China, ao contrário dos demais parceiros comerciais. Lula, por sua vez, busca ampliar as exportações brasileiras ao mercado chinês.
A exportação de carne está entre os temas de destaque, especialmente após a rejeição de 28 frigoríficos brasileiros pela China. A expectativa é de que Lula e Xi Jinping assinem até 16 acordos nas áreas de comércio, tecnologia e energia.
Apesar das críticas recentes aos Estados Unidos e de elogios ao avanço tecnológico chinês, Lula tem reforçado sua posição de neutralidade nas disputas geopolíticas. Em declarações recentes, afirmou que não deseja escolher entre as duas potências e que “não quer Guerra Fria”.
Antes da passagem pela China, o presidente brasileiro visitou Moscou, onde se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin. O objetivo do encontro foi aprofundar a cooperação econômica entre Brasil e Rússia. Em solo russo, Lula criticou as medidas tarifárias de Trump, dizendo que as decisões do líder norte-americano contradizem os princípios do livre comércio.
A visita à China ocorre enquanto o governo brasileiro enfrenta questionamentos sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tema que tem repercutido no cenário político interno.