O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por cancelar três viagens previamente agendadas a estados onde foi derrotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022: Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina. A decisão foi tomada devido a preocupações com possíveis hostilidades, conforme relataram assessores ao portal G1.
Plano Safra em Mato Grosso
Inicialmente, Lula planejava lançar o Plano Safra em Rondonópolis, Mato Grosso, no dia 26 de junho. No entanto, o evento foi transferido para o Palácio do Planalto e adiado para o dia seguinte. Mato Grosso é um estado conhecido por seu forte setor agropecuário, onde Lula enfrenta resistência significativa. Seu governo tem tentado fortalecer o diálogo com ruralistas, embora até agora apenas um encontro com produtores de frutas tenha ocorrido.
Inauguração em Goiás
Outra visita cancelada foi a Goiânia, onde Lula pretendia inaugurar unidades do Instituto Federal no dia 4 de julho. A agenda incluía a presença da deputada federal Delegada Adriana Accorsi, pré-candidata do PT à prefeitura da capital goiana. Em vez disso, Lula optou por viajar a Campinas, no interior de São Paulo.
Evento em Santa Catarina
A terceira viagem cancelada foi para Santa Catarina, onde Lula faria sua primeira visita durante seu terceiro mandato. Ele participaria de um evento no porto de Itajaí no dia 6 de julho. No entanto, a presença de Jair Bolsonaro na região, onde se reunirá com representantes da extrema-direita, incluindo o presidente argentino Javier Milei em Balneário Camboriú, levou ao cancelamento da viagem, conforme informações da Secretaria de Comunicação (Secom).
Estratégia Política
A decisão de cancelar essas visitas reflete uma estratégia política do governo Lula, que busca evitar confrontos em regiões onde enfrenta maior resistência. Ao transferir eventos para locais considerados mais seguros, a administração tenta minimizar riscos e focar em áreas onde pode consolidar apoio.
Impacto nas Relações com Ruralistas
Os cancelamentos podem ter impacto nas relações do governo com o setor agropecuário, especialmente em estados como Mato Grosso. A tentativa de diálogo com ruralistas é uma prioridade para Lula, e novos esforços serão necessários para superar as resistências existentes.
Essa mudança na agenda presidencial demonstra a cautela do governo diante de um cenário político ainda polarizado e a necessidade de estratégias adaptativas para alcançar seus objetivos.