O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deu indicativos de que, por enquanto, manterá o Ministério da Justiça e Segurança Pública unificado. A decisão foi tomada após intensos ataques ao ministro da pasta, Flávio Dino (PSB), por parte de setores do PT.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Lula teme que a criação de um ministério só da segurança pública seja interpretada como uma “aceitação da responsabilidade” pelo aumento da violência no país. De acordo com pesquisas, é na pauta da segurança que o governo mais sofre com a insatisfação do eleitorado.
Além disso, Lula pretende mexer na pasta só diante de uma eventual reforma ministerial, que deve acontecer em janeiro. A ideia é avaliar a situação da segurança pública no país antes de tomar uma decisão definitiva.
A divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública é uma demanda antiga de setores do PT. A ideia é que a pasta da segurança pública seja responsável por questões como combate ao crime organizado, tráfico de drogas e violência urbana. O Ministério da Justiça ficaria responsável por questões como direitos humanos, políticas penitenciárias e combate à corrupção.
Ao adiar a decisão, Lula dá um sinal de que não está disposto a tomar medidas precipitadas. O presidente eleito quer avaliar a situação da segurança pública com calma antes de tomar uma decisão que possa ter impacto na sua gestão.