Javier Milei, o economista libertário conhecido por seu discurso antissistema, está ganhando tração nas primárias argentinas sendo o mais votado. Milei tira da cartola o mesmo estilo nas palestras e no palanque, com suas madeixas em desordem, defendendo contundentemente a liberdade individual e direitos ao porte de arma, e sendo tesamente crítico do estamento político no país. Milei disputará a presidência da Argentina contra Patricia Bullrich da coalizão Juntos por el Cambio e o atual ministro da Economia, Sergio Massa, nas eleições que serão realizadas no dia 22 de outubro.
O discurso ativo de Milei e a crítica aberta aos ‘politicamente privilegiados’ tem encontrado ressonância especialmente entre a população mais desfavorecida da Argentina, sobretudo, onde a pobreza tem vindo a aumentar de forma preocupante. Além disso, a popularidade de Milei tem aumentado progressivamente entre o público mais jovem, manifesto descontente com o sistema político convencional do país. A rejeição à intervenção estatal e a proposição de medidas radicais como a abolição do Banco Central são alguns dos trunfos do libertário Milei.
Nota-se, todavia, que a ascensão do candidato argentino ocorre em cenário político de críticas ao atual governo de Alberto Fernandes, vinculado ao kirchnerismo. No entanto, nesta corrida presidencial, Milei enfrentará também a candidatura de Sergio Massa, que tem desempenhado papel importante na economia do país, particularmente frente desafios atuais à crise econômica argentina. Mesmo com ex-colaboradores apontando ações controversas do candidato Milei, que segundo eles solicitou pagamentos em dólares para registrar candidaturas, a popularidade de Milei parece não sofrer abalos.