O candidato liberal à presidência da Argentina, Javier Milei, da coligação de direita A Liberdade Avança, concedeu uma entrevista à revista britânica The Economist na semana passada, onde afirmou que o presidente do Brasil, Lula, “não é somente um socialista, mas possui vocação totalitária”. Milei criticou o governo brasileiro como um “regime que não está em acordo com as ideias de liberdade” e acusou Lula de ser responsável por “aberrações”, como a censura à liberdade de imprensa e perseguição política à oposição.
O economista e candidato à Casa Rosada declarou que não tem o que conversar com Lula, caso vença as eleições na Argentina, marcadas para 22 de outubro. Além disso, ao ser questionado sobre o sistema eleitoral brasileiro e as últimas eleições realizadas no Brasil em 2022, Milei apenas afirmou que “tem dúvidas sobre o que aconteceu e que alguns comportamentos eleitorais foram anômalos”.
Milei ainda elogiou Bolsonaro por ser “um grande parceiro na luta contra o socialismo” e sugeriu que os atos de 8 de janeiro, associados ao ex-presidente pela esquerda, foram organizados pelo “próprio povo de Lula”, como uma estratégia política.
O candidato libertário recebeu mais de 30% dos votos nas eleições primárias de 13 de agosto na Argentina, ganhando uma vantagem considerável sobre seus principais rivais em um eventual segundo turno das eleições presidenciais de 22 de outubro. Pesquisas de opinião apontam favoritismo de Milei em cenários de segundo turno contra Patricia Bullrich, da coligação Juntos pela Mudança, e Sergio Massa, da coalizão peronista União pela Pátria.