Uma informação incorreta sobre a concessão da cidadania italiana com base em “sobrenomes tradicionais” circulou em veículos brasileiros nesta terça-feira (13), gerando ampla repercussão nas redes sociais. O conteúdo foi posteriormente desmentido, já que não há nenhuma legislação italiana que favoreça descendentes com determinados sobrenomes.
O site Metrópoles foi um dos que divulgaram a notícia, afirmando que a Itália concederia cidadania e passaporte de forma facilitada a pessoas com sobrenomes considerados tradicionais. A publicação chegou a listar nomes italianos e foi acompanhada de conteúdo nas redes sociais, incluindo vídeos. Após críticas, o material foi retirado do ar ainda na manhã do mesmo dia.
Mais tarde, o jornal O Globo também publicou uma matéria sobre o tema, mencionando uma suposta lei que reconheceria automaticamente a descendência italiana por meio de sobrenomes típicos do norte ou sul do país. A publicação teve como fonte o jornal colombiano El Tiempo. No entanto, essa legislação não existe segundo as autoridades italianas.
Até o momento da publicação desta matéria, um vídeo sobre o tema continuava disponível no perfil do Globo no Instagram.
O debate em torno do tema ocorre em meio à tramitação de um decreto do governo da Itália, publicado em 29 de março, que altera as regras para a obtenção da cidadania italiana. Pelo novo texto, somente filhos e netos de pessoas nascidas na Itália terão direito ao reconhecimento automático da cidadania.
Esse decreto precisa ser convertido em lei pelo Parlamento italiano em até 60 dias após sua publicação. Caso não seja aprovado nesse prazo, ou se for rejeitado, perderá sua validade. A decisão legislativa está prevista para ocorrer ainda nesta semana.