A proposta do governo federal de isentar do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais tem gerado debates sobre seu real alcance. De acordo com uma análise divulgada pelo portal Diário do Poder, especialistas em tributação apontam que uma parcela significativa desse público, estimada em cerca de 80%, já não paga o imposto devido às deduções legais permitidas pela legislação vigente.
O papel das deduções legais
O cálculo do Imposto de Renda permite que os contribuintes abatam uma série de despesas de sua base de cálculo, o que pode reduzir ou até zerar o imposto devido. Segundo a matéria original, que cita o tributarista Gabriel Vieira, despesas com contribuição previdenciária, planos de saúde, educação e dependentes são os principais fatores que já garantem a isenção para muitos brasileiros na faixa salarial de até R$ 5 mil.
Dessa forma, a promessa de elevar a faixa de isenção, embora popular, pode não representar uma mudança financeira substancial para a maioria dos trabalhadores nesse grupo, que já se beneficia do sistema de deduções para não pagar o tributo. A efetividade da medida estaria, portanto, mais concentrada nos contribuintes que utilizam o modelo de declaração simplificada ou que possuem poucas despesas dedutíveis.
Cenário atual e a promessa do governo
Atualmente, a faixa de isenção do Imposto de Renda foi ajustada em fevereiro de 2024. Com a nova regra, quem ganha até dois salários mínimos, o equivalente a R$ 2.824, está isento do pagamento. Conforme informado pela Agência Brasil, a medida foi implementada por meio de um desconto simplificado sobre os rendimentos. A ampliação da isenção para R$ 5 mil foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com previsão de ser alcançada até o final de seu mandato, em 2026.
Comunicação e debate político
O texto original do Terra Brasil Notícias menciona que o governo tem utilizado suas redes sociais para reforçar os aspectos positivos da proposta de isenção. Em contrapartida, a medida também é alvo de críticas por parte de figuras da oposição, que questionam a efetividade e o impacto prático das políticas econômicas anunciadas.
Analistas apontam que, embora a comunicação oficial destaque a medida como um grande avanço, o debate técnico se concentra em quantos contribuintes serão *novamente* beneficiados, em vez do número total de pessoas isentas na faixa salarial proposta.