Investigações em andamento sobre cinco assassinatos brutais ocorridos em Maricá durante os primeiros seis meses do ano revelaram uma trama de política e crime que se entrelaçam. A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) perceberam que há uma rede extensiva de matadores de aluguel existente e com possível ligação a políticos da região. Além disso, durante a investigação, descobriu-se que Vanessa da Matta Andrade, acusada de ser a mandante do assassinato de Thiago André Marins e seu pai, o vereador Ismael Breve de Marins, teria participado de uma orgia na prefeitura da cidade.
O relatório do inquérito detalha as conexões perigosas que se formaram na região. Vanessa, que supostamente ficou grávida de Renato Machado durante a mencionada orgia, alinhava intrigantes alianças políticas para tirar proveito financeiro. Um dos associados de Vanessa era o jornalista Robson Giorno, cujo envolvimento no esquema político acabou resultando em sua morte. O relatório confidencial ainda ressalta a existência de uma Organização Criminosa (Orcrim) em Maricá composta por um núcleo político e armado que visa fortalecimento financeiro e político através de atividades criminosas, incluindo assassinatos.
A investigação revela um padrão consistente nos modos de operação desses suspeitos criminosos, que assassinam suas vítimas após cuidadosa vigilância prévia. Rodrigo José da Silva Barbosa, que supostamente lidera uma milícia local, e um subtenente reformado da Polícia Militar, Davi de Souza Esteves, são identificados como executores dos crimes. O metódico planejamento inclui estudo de rotinas e locais das vítimas, e em pelo menos três casos, a mesma arma foi usada. A organização também é acusada de matar o jornalista Romário Barros em 2019, um alegado ato de represália pelas reportagens de Barros que denunciavam escândalos políticos locais.