Em medida inesperada, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, suspendeu os depoimentos agendados para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que seriam realizados na tarde de segunda-feira (04). Os convocados para depor seriam Jaime Messias Silva, diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), e José Rodrigo Marques Quaresma, gerente-executivo do mesmo instituto.
A suspensão surge após a Assembleia Legislativa de Alagoas acionar o STF contra os depoimentos. A alegação é de que a investigação sobre a conduta de servidores do estado só poderia ser conduzida pelo Legislativo estadual, portanto, a CPI estaria extrapolando sua competência investigativa.
A CPI do MST tem como um dos principais focos as suspeitas de que os membros do movimento foram financiados indevidamente pelo Iteral. Documentos obtidos pela comissão apontam nessa direção: registros mostram que o Governo de Alagoas pagou, sem licitação, mais de R$ 5 milhões para uma empresa de ônibus que teria como função transportar membros do MST.
O Governo de Alagoas, até o momento dessa reportagem, não comentou sobre as acusações. Para especialistas políticos, a suspensão dos depoimentos atiça ainda mais as especulações sobre possíveis irregularidades na concessão de recursos a membros do MST. Os próximos capítulos dessa CPI prometem manter o país em alerta.