Em meio à controvérsia em torno das investigações sobre o caso das joias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michele Bolsonaro, a tentativa da defesa do casal em transferir o caso para a primeira instância não mudará o curso das investigações, segundo fontes próximas ao processo. A defesa afirmou que o inquérito deveria ser removido do Supremo Tribunal Federal (STF) e remetido à 6ª Vara Federal de Guarulhos, em São Paulo, onde se localiza o aeroporto no qual um kit de joias presenteado por autoridades sauditas foi retido pela Receita Federal. No entanto, as fontes asseguram que o inquérito permanecerá sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo os observadores do processo, a estratégia de silêncio do casal Bolsonaro e seus aliados mais próximos face às investigações está voltada para distrair a atenção do progresso das investigações, principalmente após as revelações do tenente-coronel Mauro Cid. As autoridades acreditam que há “temor” do casal e aliados em relação aos depoimentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e a tentativa de mudança de jurisdição seria uma manobra diversionista, uma vez que a competência das investigações é definida pelo juiz do caso, neste caso, o ministro Moraes.
Apesar do ex-presidente Bolsonaro não ter mais foro privilegiado como presidente, tanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto os advogados de defesa acreditam que o inquérito não deve ser processado no STF. No entanto, as fontes afirmam que essa percepção não altera os trâmites legais e as investigações prosseguirão como programado.