Na última quinta-feira, o Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) relataram que não possuem os registros de vídeo dos dias em que o hacker Walter Delgatti Neto esteve no Ministério da Defesa e no Palácio da Alvorada. O Globo publicou esta informação que foi dada à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), citando “capacidade limitada de armazenamento” como a razão para a falta dessas gravações.
Walter Delgatti Neto, conhecido como ‘Vermelho’, é o hacker que alcançou notoriedade ao ser um dos responsáveis pela invasão de celulares de autoridades como Moro e Dallagnol, no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.
No seu depoimento à CPMI, Delgatti detalhou sua participação em reuniões no Ministério da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele ainda afirmou que esses encontros eram utilizados para debater um relatório desenvolvido pelo ministério com o objetivo de levantar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Por sua vez, o Ministério da Defesa mencionou que o período de retenção do conteúdo das câmeras de segurança é de apenas 30 dias e que os arquivos são deletados após esse tempo.
O GSI, no entanto, possui ainda um período de retenção menor, durando de “doze a catorze dias”. Eles explicaram: “Essa limitação se deve ao fato de a capacidade de armazenagem ser definida por variáveis, tais como: quantidade de câmeras existentes; qualidade da captação das imagens; e capacidade de armazenamento de dados do sistema, dentre outras possíveis.”
Tal notícia surge em um momento em que o debate sobre a segurança das urnas eletrônicas está em alta, e o testemunho de Delgatti poderia oferecer mais detalhes sobre como essa questão tem sido tratada dentro do governo. Porém, sua alegada presença nos locais não pode ser comprovada por meio das gravações de vídeo, pois esses não foram retidos devido à limitada capacidade de armazenamento dos órgãos.