O cenário argentino tem sofrido com novos episódios de caos social. Em meio à crise econômica acirrada no país, os supermercados passaram a ser alvos de arrastões. Esse fenômeno se intensificou após a desvalorização da moeda argentina em 22%, acarretando em alta expressiva nos preços dos produtos à venda, com aumentos de até 30%. Esse contexto, somado à projeção preocupante de uma inflação que pode chegar a 200% em 2023, tem alimentado a onda de assaltos maciços.
Durante o último final de semana, a série de roubos continuou a se alastrar, e Buenos Aires, a capital do país, também foi afetada. Na terça-feira e na madrugada de quarta-feira, 56 pessoas foram detidas pela polícia em oito municípios próximos à capital. Contudo, o número de prisões ainda é marginal frente à quantidade de indivíduos que têm participado desses roubos.
As tentativas de saque são coordenadas e muitas vezes incitadas através das redes sociais, de acordo com declarações de Sergio Berni, secretário de Segurança da Província de Buenos Aires. No município de Moreno, um supermercado foi invadido por aproximadamente 50 pessoas que, incluindo crianças, recorriam à violência para saqueá-lo e tentar incendiá-lo. O dono do estabelecimento foi atingido por uma pedra durante uma confusão. Estabelecimentos vizinhos, igualmente, relatam o mesmo padrão: primeiramente os ladrões roubam bebidas alcoólicas, seguido de eletrodomésticos e, por último, alimentos.