SÃO PAULO – O Impostômetro, painel que calcula o valor pago em impostos pelos brasileiros para os governos federal, estadual e municipal, registrou a marca de R$2 trilhões nesta quarta-feira (30), às 21h15. Localizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o dispositivo inclui em sua contagem impostos, juros, correção monetária e multas. Este marco no acumulado tributário foi alcançado com antecipação em relação a 2022, quando o mesmo valor somente foi atingido em 14 de setembro, simbolizando os efeitos da inflação e do crescimento de preços sobre a arrecadação.
Mesmo medidas de desoneração, implementadas para minimizar a crescente inflação, não impediram a alta na arrecadação, que vem sendo impulsionada por aumentos nos preços de produtos. De acordo com Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, busca-se um equilíbrio adequado na gestão dos gastos públicos, sendo o Regime Fiscal Sustentável – substituto do Teto de Gastos – um dos protagonistas nesse esforço. Porém, o economista alerta que a necessidade de cumprimento das metas estabelecidas pode desencadear “aumentos significativos na carga tributária”.
O adiantamento no momento de atingir a marca dos R$2 trilhões em relação a 2022 encontrou explicação também na retomada da cobrança de impostos sobre combustíveis e no avanço de alíquotas do ICMS. Gilberto Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), ressalta o papel importante do incremento na arrecadação tributária, impulsionado por itens relevantes como o imposto sobre energia elétrica. O Impostômetro, que data de 2005, visa sensibilizar a população brasileira sobre a carga tributária do país e incentivar a exigência de serviços públicos de qualidade.