O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, tem chances de encerrar 2023 em um patamar superior a 130 mil pontos, segundo analistas consultados pela CNN. Essa projeção leva em conta fatores como a política monetária, a inflação, a reforma tributária e o cenário internacional.
Entre as casas de investimento ouvidas pela reportagem, a XP Investimentos tem a estimativa mais otimista, de 133 mil pontos para o fim deste ano. O BTG Pactual vem logo atrás, com 129 mil pontos. Já a Acqua Vero Investimentos prefere não fazer uma previsão numérica, mas sim qualitativa, baseada em indicadores econômicos.
O Ibovespa não atinge os 130 mil pontos desde junho de 2021, quando registrou seu recorde histórico de 130.091 pontos. Desde então, o índice oscilou entre altas e baixas, refletindo as incertezas do mercado.
Um dos fatores que pode impulsionar o Ibovespa nos próximos meses é a expectativa de redução da taxa básica de juros, a Selic, que estimula o investimento em ações. Paula Bento, sócia da HCI Invest, diz que há “boas possibilidades” de altas para o índice neste ano, mas ressalta que isso depende também de uma inflação controlada no país.
Outro aspecto relevante para o desempenho do Ibovespa é o cenário fiscal brasileiro. Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital, afirma que a reforma tributária ainda deve trazer mudanças importantes para as contas públicas, como o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP) e a taxação de dividendos.
“O governo precisa mostrar as fontes de receita que terá no próximo ano”, avalia Martins.
No âmbito externo, o principal fator que pode influenciar o Ibovespa é o nível dos juros nos Estados Unidos. Lucas Fürst, operador da Ativa Investimentos, explica que os dados de inflação mais moderados nos EUA devem levar a uma queda nos juros americanos nos próximos meses, o que deve estimular o apetite ao risco dos investidores globais.