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Hospedagem de Lula em barco na COP 30 gera debate sobre logística e custos

Hospedagem de Lula em barco na COP 30 gera debate sobre logística e custos

A Presidência da República planeja que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se hospede em uma embarcação fluvial durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para novembro de 2025 em Belém, no Pará. A decisão, justificada como uma solução para os desafios de infraestrutura e segurança, gerou debates sobre os custos da operação e a coerência com o discurso governamental.

Desafios de infraestrutura e a justificativa oficial

A opção por uma acomodação flutuante ocorre em meio à alta demanda por hospedagem na capital paraense, que possui uma rede hoteleira com capacidade limitada para receber simultaneamente dezenas de chefes de Estado e delegações internacionais. Segundo informações do portal Terra Brasil Notícias, a Presidência considera a medida uma solução prática.

De acordo com o governo, a embarcação contratada cumpre as exigências de segurança e logística para o presidente, funcionando como um “hotel flutuante” que também abrigará a primeira-dama, Janja da Silva, e membros da equipe de assessoria.

Estrutura da embarcação e estimativa de custos

A matéria original aponta que a embarcação escolhida, identificada como Iana 3, dispõe de infraestrutura comparável a um hotel de alto padrão, com suítes privativas para mais de 30 pessoas, sala de jantar, bar e áreas de lazer. A publicação também informa que uma alternativa, como um navio da Marinha, teria sido descartada por não atender aos requisitos estabelecidos.

Um dos principais pontos de questionamento é o custo da locação, cujo valor oficial não foi divulgado. A reportagem do Terra Brasil Notícias, citando apuração da Gazeta do Povo, estima que a diária de um barco desse porte pode variar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. A falta de transparência sobre os gastos tem alimentado críticas.

Contraste com discurso e o impacto para Belém

A escolha gerou controvérsia por contrastar com declarações anteriores do presidente Lula, que afirmou que a COP 30 não seria um evento de luxo. Críticos apontam uma suposta incoerência entre o discurso de austeridade e a opção por uma acomodação sofisticada, levantando debates sobre o uso de recursos públicos.

Para Belém, sediar a conferência representa uma oportunidade de projeção internacional, ao mesmo tempo em que expõe seus desafios estruturais. A polêmica em torno da hospedagem presidencial evidencia a necessidade de investimentos em infraestrutura para que a cidade possa se consolidar como um polo para grandes eventos globais.