O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta momentos difíceis em sua gestão. As esperanças do mercado financeiro em relação à sua capacidade de zerar o déficit público até 2024 estão diminuindo, conforme as informações recentes do boletim Focus do Banco Central. Simultaneamente, no Congresso, a pressão está aumentando para que Haddad e sua equipe encontrem métodos inovadores de aumentar a receita para financiar propostas do governo, como o aumento do limite de isenção do Imposto de Renda.
No Palácio do Planalto, o relacionamento entre Haddad e o presidente Lula parece ter esfriado. A atmosfera de camaradagem que antes permitia reuniões privadas entre os dois no gabinete presidencial deu lugar a uma situação mais formal, com a presença constante de Rui Costa, da Casa Civil. Este cenário reflete a diminuição do prestígio de Haddad entre os líderes políticos de Brasília. Além disso, a rejeição recente de uma medida provisória que visava a taxação de empresas offshore no exterior causou frustração e tensões dentro do gabinete.
A situação na Câmara dos Deputados é igualmente desafiadora para o Ministro da Fazenda. Ele criticou publicamente o excesso de poder dos deputados, criando descontentamento entre eles, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira. Esta postura por parte de Haddad, no entanto, gerou simpatia entre os membros mais tradicionais do PT, que são críticos ao poder de Lira e do grupo Centrão. Resta ver como essas tensões continuarão a se desenvolver e quais serão as consequências para a gestão de Haddad e sua reputação política. Com um grande desafio a frente, e a necessidade de provar que suas previsões de receitas extras na casa dos R$ 200 bilhões serão concretizadas, o risco de um enfraquecimento em seu cargo está mais presente do que nunca.