O plano do governo de impulsionar uma proposta que bane a participação de militares da ativa em eleições encontrou resistência nos membros da oposição no Congresso Nacional. Embora propostas semelhantes tenham sido apresentadas anteriormente, elas nunca foram aprovadas. Agora, aliados do governo estão se alinhando para apoiar a medida, vista como uma forma de despolitizar as Forças Armadas. Um membro anônimo do Congresso expressou preocupações com essa medida, afirmando que “o Exército não deve ser partidário”, mas também caracterizou a discussão como “revanchista”.
Um dos críticos da proposta é o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que argumentou que o Brasil está atualmente em um momento de ataque às Forças Armadas, e que não há clima adequado para discutir essa questão. Isso ocorre à medida que o Palácio do Planalto inicia uma ofensiva para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe militares de participar ativamente da política a tempo para as eleições municipais de 2024. A proposta foi assinada pelos ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, e visa impedir que militares da ativa das Forças Armadas disputem eleições ou ocupem cargos importantes no governo.
Segundo aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma recente operação da Polícia Federal, que visava um assessor de Jair Bolsonaro e seu pai, um general aposentado, criou uma oportunidade para tratar deste assunto. No entanto, a ideia enfrenta resistência. O deputado Rogério Correia já pediu que a comissão discuta o impacto da politização dos militares nos ataques recentes aos edifícios dos três poderes brasileiros em Brasília.