O avanço do debate sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil, incluindo bingos, cassinos e o jogo do bicho, tem gerado preocupações entre técnicos em segurança pública do governo. Enquanto parte da ala jurídica alerta que a legalização pode facilitar a atuação do crime organizado e aumentar o risco de vício entre a população mais pobre, o projeto de lei (PL) em debate no Senado conta com apoio significativo no Palácio do Planalto e simpatia do presidente da República.
Nesta quarta-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou seu apoio ao PL em um vídeo gravado ao lado do relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO). Haddad argumentou que “todos os países da OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) praticamente, quase todos os países do G20, mais de 90% dos países regulamentaram” esses jogos. O senador Irajá estima que a liberação dos jogos de azar possa gerar uma arrecadação de 22 bilhões de reais.
O projeto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está pronto para ser levado ao plenário. No entanto, ainda enfrenta resistência de senadores de oposição, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já se posicionou contra a proposta.
Enquanto o governo vê na legalização uma oportunidade de aumentar a arrecadação e alinhar o Brasil com práticas internacionais, críticos alertam para os potenciais danos sociais, incluindo o aumento do vício em jogos de azar e a possível facilitação de atividades criminosas. O debate continua acalorado, refletindo as profundas divisões sobre os impactos econômicos e sociais da medida.