General Gonçalves Dias concedeu esclarecimentos a respeito dos ataques ocorridos no dia 8 de janeiro durante uma sessão da CPMI. Dias, que comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no momento do ataque, confirmou que o Plano Escudo, protocolo de defesa do Palácio do Planalto, estava ativado desde o dia 6 de janeiro, mas não entrou em ação no dia 8. Este plano, segundo o militar, inclui medidas operacionais e administrativas para a proteção do Planalto, considerando diferentes níveis de ameaças e contando com a participação de diversos órgãos de segurança civil e militares, do Distrito Federal e da União.
Além de destacar falhas na execução do Plano Escudo, Dias declarou que, ao chegar ao palácio no dia dos ataques, não viu os bloqueios do plano em ação. Ele admitiu ter questionado duramente o general Carlos Penteado, ex-secretário-executivo do GSI, sobre a ausência dos bloqueios. Contudo, avaliou que mesmo com a total operação do plano, controlar os manifestantes teria sido um desafio. Disse que contenção só seria possível com utilização de munição real, considerando o número elevado de manifestantes.
O general também refletiu sobre suas decisões no decorrer da crise, afirmou que teria sido mais rigoroso na repressão. Estipulou que, embora estivesse certo de ter feito todos os esforços possíveis para preservar vidas, teria adotado uma postura diferente. Por fim, abordou a existência de “informações divergentes” provenientes de membros da sua equipe no momento, as quais o conduziram a uma “má avaliação” da situação, levando-o a ir ao Palácio do Planalto pessoalmente no dia 8 de janeiro.