Parlamentares da oposição têm colocado no alvo das investigações o General Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como General G. Dias. É de interesse dos opositores explorar as contradições de seus depoimentos e documentos obtidos durante a investigação. O general, que no dia 8 de janeiro comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), irá se submeter a interrogatórios na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta quinta-feira.
Gravações internas do Palácio do Planalto divulgadas pela CNN mostram que o General chegou ao local às 16h18, uma hora após os ataques. Os parlamentares questionam o motivo da demora para convocar reforço para a defesa do Planalto, apesar dos alertas recebidos. De acordo com um relatório do Exército divulgado pela emissora norte-americana, o pelotão só foi convocado às 12h30 e os reforços, somente enviados às 15h por iniciativa do Exército.
As revelações de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), contribuem para aumentar a controvérsia em torno do General. Em seu depoimento, Saulo afirmou que G. Dias pediu a exclusão de seu nome em um relatório de pessoas que havia recebido alerta sobre a chegada de manifestantes a Brasília, uma prerrogativa que o General justificou como necessária, pois o documento não condizia com a realidade. A situação se intensificou a ponto de G. Dias solicitar sua demissão após a publicação de sua presença no Planalto no dia dos ataques.