O presidente francês Emmanuel Macron declarou, em visita a uma escola no sul da França, que o governo será “inflexível” na aplicação da proibição de abaya, uma vestimenta muçulmana semelhante a um manto, a partir do próximo ano letivo. A nova regra, implementada pelo Ministério da Educação do país, é a mais recente em uma longa lista de restrições de vestuário associado à cultura islâmica. A medida tem sido criticada por oposicionistas que a consideram parte de uma campanha de islamofobia.
Macron salientou a decisão, afirmando que “símbolos religiosos de qualquer tipo não têm lugar” nas escolas francesas, devido ao princípio de laicidade – separação entre Estado e igreja – do país. Seguindo essa linha, o presidente enfatizou que as escolas francesas são laicas, gratuitas e obrigatórias, e que defenderá vigorosamente esse secularismo. Na mesma ocasião, Macron assegurou que professores e administradores escolares receberão apoio oficial na aplicação da proibição.
A França tem perseguido uma série de medidas controversas em relação ao vestuário islâmico nos últimos anos, gerando indignação em países muçulmanos. No ano passado, legisladores franceses apoiaram a proibição do uso do hijab e de outros “símbolos religiosos” em competições esportivas. Este histórico inclui a proibição do niqab – véus que cobrem todo o rosto usados por algumas mulheres muçulmanas – que, em 2018, o Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas considerou uma violação dos direitos humanos.