Em uma situação arrebatadora na história climática do Rio Grande do Sul, que já afetou cerca de 135 mil cidadãos com temporais avassaladores, surge um relato comovente de um sobrevivente em meio à tragédia. Miguel Rutiliano Bieleski relata que a Defesa Civil de Lajeado, no Vale do Taquari, não assistiu adequadamente à sua família, resultando no desaparecimento de sua esposa e dois filhos.
Bieleski compartilhou sua angústia em uma entrevista à Jovem Pan News, alegando que, a única posse restante de sua família desaparecida, eram as roupas de sua filhinha Yasmin e o vestido de sua esposa. Ele expressou uma revolta profunda pela forma como foi instruído a aguardar por auxílio enquanto sua casa ficava inundada, culpando a promessa não cumprida de socorro como culpada por suas perdas dolorosas.
Miguel narrou que o incidente começou nas primeiras horas da manhã de terça-feira, quando a água começou a entrar em sua casa. Ele e sua família, incluindo sua esposa Ariel Armani de 26 anos, sua filha Yasmin de um ano e seu filho Miguel Junior de nove meses, procuraram salvação no telhado. Eles foram informados pela Defesa Civil que a subida da água poderia chegar a 25 metros, mas não havia motivo para preocupação. Entretanto, o socorro que lhes prometeram não chegou, apesar do iminente perigo com a incessante subida da água.
Segundo Miguel, dois barcos da Defesa Civil chegaram a passar pela casa inundada e a família que pedindo por ajuda no telhado, mas nenhum socorro foi oferecido. Ele acusa a equipe de negligência e de não cumprir as promessas de ajuda, levando a uma tragédia devastadora. Uma hora depois de identificar os barcos de resgate, a casa foi levada pela água com a família ainda no telhado.
Miguel foi o único sobrevivente da família a se salvar, graças a uma árvore que lhe forneceu um apoio. Em uma descrição comovente, ele detalhou como foi arrastado pela água junto com o telhado, se agarrou à árvore e por fim, perdeu a visão de sua esposa e filhos.
Essa tragédia pessoal de Miguel reflete a situação desesperadora que o Rio Grande do Sul está enfrentando. Esse é um apelo à melhoria dos sistemas de emergência para prever e responder de forma adequada a tais desastres ambientais, para evitar tragédias em larga escala que arruínam vidas e famílias.