Exportações Brasileiras para ASEAN Superam Mercosul, Revela Dados da Secex

Enquanto vendas ao Sudeste Asiático crescem 9,7%, Mercosul enfrenta queda de 30% nas exportações, refletindo dinâmicas econômicas contrastantes.

Exportações Brasileiras para ASEAN Superam Mercosul, Revela Dados da Secex - REUTERS/Rodolfo Buhrer

Exportações Brasileiras para ASEAN Superam Mercosul, Revela Dados da Secex - REUTERS/Rodolfo Buhrer

As exportações brasileiras para os países da Asean, bloco econômico que reúne dez nações do Sudeste Asiático, estão em ascensão significativa, superando em valor as vendas para todo o Mercosul. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quinta-feira (4), no primeiro semestre deste ano, as exportações para a ASEAN alcançaram US$ 13,2 bilhões, marcando um aumento de 9,7% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando totalizaram US$ 12 bilhões.

As commodities continuam a dominar a pauta de exportações brasileiras para a ASEAN, com petróleo, soja e açúcar liderando as transações. Singapura se destaca como o principal destino para o petróleo brasileiro, com importações totalizando US$ 2,3 bilhões no primeiro semestre de 2024. Já a Indonésia aumentou suas importações de açúcar do Brasil para US$ 827 milhões, um crescimento expressivo em relação aos US$ 165 milhões registrados no mesmo período de 2023.

Em contrapartida, as exportações brasileiras para o Mercosul apresentaram uma queda acentuada de 30%. No primeiro semestre de 2023, as exportações para o bloco totalizavam US$ 12,5 bilhões, enquanto em 2024 esse valor diminuiu para US$ 8,8 bilhões. A crise econômica prolongada na Argentina tem sido um fator determinante nessa redução, com as exportações para o país vizinho caindo 37%. A Argentina enfrenta desafios significativos, incluindo uma queda no PIB e uma inflação acumulada de 276% nos últimos 12 meses.

O tratado de livre comércio entre Mercosul e Singapura, assinado em 2023, visa fortalecer as relações econômicas e simplificar o comércio entre as regiões. Este acordo representa um marco para o Mercosul, estabelecendo a eliminação de tarifas de importação e facilitando os procedimentos aduaneiros.

Enquanto isso, o Mercosul se prepara para sua reunião semestral de cúpula em Assunção, iniciando neste domingo (7). Notavelmente, o presidente argentino, Javier Milei, optou por não participar, planejando estar em Balneário Camboriú (SC) para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).

Este contraste entre as exportações para a ASEAN e o Mercosul destaca não apenas as dinâmicas econômicas divergentes entre regiões, mas também os desafios e oportunidades que o Brasil enfrenta em seu comércio internacional.

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