O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro optaram por ficar em silêncio durante seus depoimentos à Polícia Federal. A decisão, tomada na quarta-feira, 30 de março, veio após a defesa do casal ter ciência sobre confissões relevantes feitas à Polícia Federal pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid, conforme apuração da CNN. Até então, havia expectativas de ambos falarem à Polícia Federal sobre um caso envolvendo joias sauditas.
A mudança de estratégia da defesa foi pactuada entre Bolsonaro, Michelle, o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, e o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que também teriam apresentado uma petição para não deposerem no caso em específico. Em entrevista à CNN, o advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro e Michelle, alegou que o caso das joias deveria ser competência da Justiça Federal em Guarulhos, lugar onde se iniciou a investigação das joias cinco
meses atrás.
Inicialmente, a investigação havia sido iniciada em Guarulhos, quando o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque trouxe ao Brasil um estojo de joias dado de presente à presidência pela Arábia Saudita. Com o desdobramento do caso e a intervenção do entorno de Bolsonaro para liberar o estojo de joias, o caso foi remitido ao Supremo Tribunal Federal. Porém, um parecer da vice-procuradora Lindôra Araújo afirma que o caso deveria retornar à Vara Federal de Guarulhos. A decisão de permanecer em silêncio é baseada neste parecer.