Ex-ministro Gonçalves Dias reconhece falhas na gestão do GSI durante invasões

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) ouviu o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Lula, Gonçalves Dias, que afirmou ter tomado “todas as ações” possíveis para reprimir os atos do dia 8 de janeiro. Apesar disso, admitiu que poderia ter sido “mais duro”. Essas declarações trouxeram a luz divergências entre os representantes governistas e a oposição: enquanto o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, criticou o general por subestimar uma tentativa de golpe, acreditando que ele apenas herdou a estrutura deixada pela gestão Bolsonaro, a oposição argumentou que houve algumas falas contraditórias do general, dando a entender uma possível omissão do GSI.

Parlamentares da oposição, particularmente do PL, defendem que Gonçalves Dia deve ser preso. Um documento foi protocolado na Procuradoria-Geral da República (PGR) com 23 assinaturas solicitando a prisão preventiva do ex-ministro e mandados de busca e apreensão, além de quebras de sigilos telefônico e telemático. “A oposição, com base no artigo 129 da Constituição Federal, através da PGR, entra com o pedido de prisão do senhor ex-ministro general Gonçalves Dias por omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de justiça quando falsificou de forma dolosa relatório enviado para esta casa”, afirmou o deputado Cabo Gilberto.

A oposição articula as próximas convocações para a CPMI, embora ainda não haja consenso sobre os nomes. Alguns dos prováveis convocados são Flávio Dino, ministro da Justiça; Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI; Glauber Amorim de Carvalho, assessment de inteligência do Ministério da Justiça; e José Américo Gaia, comandante da Força Nacional de Segurança Pública. A ideia de uma acareação entre Gonçalves Dias e o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, também não foi descartada pelos parlamentares da oposição.